Tentei esquecer que a vida faz a gente crescer, sabe? Tentei ignorar os calos do dia-a-dia, a fadiga, o desconforto mental e físico. Tentei ignorar a pressa, a cobrança, o sentimento de falta de espaço na agenda lotada. Parece que a infância vai passando e a vida nos comprime de lado nos obrigando a olhar para cima na esperança de crescer. Crescer dói, sabe? E não falo das intermináveis dores nos joelhos e/ou articulações. Dói nos olhos a responsabilidade de conter o sono, dói no peito a angústia de deixar pra trás coisas e pessoas que a gente não consegue viver sem, dói dizer todos os dias para a vida que não dá pra ficar pior e vê-la surpreender-te todas as manhãs. Crescer dói na ponta dos dedos dos pés quando a gente espia na janela do final do dia tentando ver o que o futuro reservou pra gente, dói na ponta dos dedos das mãos de quem precisa de coragem para falar e acaba por rabiscar discursos que nunca serão lidos os ditos… Crescer dói, né? Dói mas não tem jeito, é a vida nos mostrando que a fraqueza nem sempre é opcional e ninguém é tão feliz quanto parece ser. É difícil, mas a gente aprende, aprende crescendo.
Eu tenho que te agradecer todos os dias por não ter me deixado desistir até hoje. Se cheguei até aqui, devo muito a você, sabe? Se antes de dormir eu fecho os olhos e consigo dormir tranquila é porque eu sei que eu vou ter para quem ligar se o medo resolver vir me visitar… Como não dizer que você mudou a minha vida? Às vezes a gente se deixa levar por coisas tão pequenas, esquece que o outro ainda tem uma infinidade de coisas que precisam ser feitas em outras companhias ou até mesmo sem companhia… Às vezes a gente precisava tanto que quer exclusividade, esquece que mesmo sendo a vida um do outro, ainda temos tarefas a fazer, livros para ler e uma porção de coisas extras listadas por ai… Acho mesmo que em síntese preciso te dizer todos os dias três pequenas expressões: “desculpa” por ser tão falha, “muito obrigada” por me aturar e ainda querer minha presença e “eu te amo”, que por si só, reconhece todas as falhas e dependências de alguém que não mais consegue viver sem o seu amor.